A inovação não para. Se nos últimos anos a inteligência artificial dominou as conversas, agora começa a emergir com força um novo protagonista: a computação quântica. Um campo que promete não apenas expandir os limites da IA, mas também transformar indústrias inteiras, da farmacêutica à energética.
Com essa premissa, foi realizada mais uma edição do Ciclo de Data da Practia, empresa do grupo Publicis Sapient, onde Matías Bilkis, doutor em física e fundador do Quantum Machine Learning Group em Barcelona, apresentou um panorama sobre o presente e o futuro das tecnologias quânticas.
Nesse contexto, ele nos convidou a refletir sobre uma questão-chave: o que acontece quando a inteligência artificial encontra as tecnologias quânticas?
Da teoria à realidade
“As computadoras quânticas existem e podem ser programadas hoje mesmo”, destacou Matías, mostrando exemplos concretos de equipamentos desenvolvidos por gigantes como Google, IBM e startups especializadas como a Quantinuum.
Longe de ser um conceito abstrato, a computação quântica já está sendo usada para estudar moléculas, projetar materiais e acelerar processos que antes eram impossíveis com computadores clássicos. Um exemplo claro citado na palestra: modelar os elétrons de uma aspirina exigiria mais átomos do que existem no universo, se feito com tecnologia tradicional.
Um impacto transversal
Assim como a IA, as tecnologias quânticas terão impacto em todos os setores. Desde a otimização de cadeias logísticas até a criação de novos medicamentos, passando por sistemas de navegação sem GPS e novos esquemas de comunicação segura.
As propriedades dos sistemas quânticos podem impulsionar o desenvolvimento de uma verdadeira IA quântica. “Se pensarmos no quanto está sendo difícil nos adaptarmos à inteligência artificial hoje, vale a pena perguntar: quanto custará nos adaptarmos à computação quântica?”, refletiu Matías.
Segurança e novos desafios
Um dos pontos mais críticos abordados foi a cibersegurança. Algoritmos como o RSA, que hoje são base de grande parte das transações financeiras, podem se tornar obsoletos diante da capacidade de processamento quântico. Globalmente, já existem relatórios do NIST nos Estados Unidos e da União Europeia que trabalham na transição para esquemas de criptografia pós-quântica.
O momento é agora
Embora ainda estejamos em uma fase inicial, a comunidade científica e tecnológica avança em ritmo surpreendentemente rápido. Supercomputadores de centros como Oak Ridge, nos EUA, já estão incorporando processadores quânticos em suas arquiteturas híbridas.
“As tecnologias quânticas redefinem os limites da informação e da natureza. A pergunta já não é se elas vão impactar, mas quem estará preparado para lidar com elas”, concluiu Matías.
Um convite para pensar o futuro
Na Practia, acompanhamos essas conversas porque acreditamos que entender o que está por vir é tão importante quanto dominar o que já está aqui.
O ciclo de palestras de Data, transmitidos em espanhol, co-criado com líderes e especialistas, tem justamente esse objetivo: abrir perguntas, antecipar tendências e aproximar a inovação das organizações da América Latina.
Ainda não existe um manual sobre computação quântica. Mas já podemos começar a fazer as perguntas certas: na sua organização, já se discutem e antecipam as tecnologias que vão moldar o futuro?
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